quinta-feira, 24 de julho de 2008

A Odisséia

Se aproxima o dia 4 de agosto. Dia no qual a Faculdade de Comunicação da UFJF receberá mais um grupo de calouros, que cairão nas mãos de seus veteranos, e iniciarão sua jornada universitária de 5 longos anos. Dentre os quais, eu.

Mas muito antes de viver a expectativa do início do curso, vivi outras experiências inusitadas, que gostaria de compartilhar com vocês, meus caros leitores.


Capítulo I

Não sei explicar bem porque resolvi prestar vestibular para ingressar na UFJF. Alguns motivos tiveram sua influência, como a certa proximidade entre Juiz de Fora e a cidade de Visconde do Rio Branco, terra natal da minha mãe e destino freqüente nas férias, e talvez o fato de ter um parente próximo morando lá, meu primo Virgilio.

Mas nenhum desses motivos seria determinante na minha escolha, já que eu vivia uma época de deslumbramento pela UFMG. Ter feito a inscrição pro vestibular eh Juiz de Fora foi a primeira obra do destino, que eu prefiro chamar de “Providência Divina”...

Capítulo II

Último dia para efetuar o pagamento da taxa de inscrição pro vestibular, e eu, lógico, não tinha ido pagar ainda. Volto da escola na hora do almoço, e recebo a notícia que minha mãe não tinha podido ir ao banco. Vou ao centro irritado, ao invés de voltar para o colégio, onde montava com minha turma um grande projeto de literatura, pelo qual já tinha dedicado uma semana inteira.

Paguei, e portanto, confirmei minha inscrição. Mas pela vontade talvez não tivesse ido, e voltado direto pro colégio...

Capítulo III

Fiz cursinho Pré-Vestibular no segundo semestre. Ótimos professores, material recheado de exercícios. Em contrapartida, um pouco de preguiça e falta de comprometimento da minha parte.

Crianças, não façam isso em casa. Fiz amigos, me diverti muito, mas estudei pouco. Podia ter feito tudo isso ao mesmo tempo.

Capítulo IV

Depois de ter prestado meu primeiro vestibular, para a UFMG, vou eu para BH, para o campus da mesma Universidade Federal de Minas Gerais, tentar minha sorte.

Sorte mesmo, já que a perspectiva de sucesso já estava um pouco afastada. Sobretudo depois da noite mal dormida de quinta pra sexta: festa de formatura.

Mas dias depois, surpresa: sucesso!

Capítulo V

Felicíssimo e surpreso por ter sido classificado para a segunda etapa, sabia que não seria aprovado. Tendo em vista que nem ao menos li as obras sugeridas (sequer um resumo).
Começa a segunda etapa.

Me surpreendo mais uma vez por encontrar 5 ou 6 candidatos que haviam feito provas comigo em BH, na mesma sala. Nos lembramos todos dos desejos de boa sorte, e de que nos encontrássemos na faculdade. Foi antes. A propósito, até hoje não sei se algum deles foi aprovado.

Quatro dias de prova, exaustivos e singulares.

Depois de dois deles, quase não chego a tempo da terceira parte da prova, graças à atenção da empresa de ônibus que retirou a linha que ia da Zona Norte até a UFJF, pois, afinal, era sábado! Ainda vou agradecer isso pessoalmente à direção da Viação São Francisco.

Por sorte, ou benção, um namorado que apenas acompanhava a namorada no ponto de ônibus resolve levá-la para a Universidade, e junto dela todos os candidatos que esperavam inquietos.

Não sei o nome, mas agradeço mesmo assim: valeu casal!

Durante as provas, táticas para desconcentrar os adversários, como pedir pra ir ao banheiro, e descer calmamente o tablado de madeira do mini-auditório no qual estávamos, fazendo o máximo de barulho possível, e invenções mirabolantes nas questões das quais não conseguia sair com uma resposta coerente.

Capítulo VI

Aguardando o resultado apenas com um pouco de curiosidade (tão certo eu estava que não seria aprovado), me surpreendi quando soube minha nota (que como é de praxe na UFJF, é divulgada antes da classificação). Era o 13º do Grupo B, para o qual estavam disponíveis 13 vagas!
Incrível, mas eu estava dentro!

ESTAVA, porque a 14ª colocada (que estava atrás de mim por 1 mísero décimo) decidiu-se por pedir revisão de prova, tendo a nota aumentada em 1 ponto.

Eu estava dentro... Agora não mais... 1º Excedente...

Capítulo VII

A expectativa para a divulgação do 1º edital de reclassificação era grande.

28 de fevereiro: não fui chamado... Frustração

Que venha o segundo, 7 de março: frustração novamente... Nem acompanhei os seguintes...

Comecei a trabalhar, no Colégio Anglo daqui, setor de comunicação... De certa forma me conformei com o fato de ter que tentar outra vez.

Capítulo VIII

19 de abril - minha mãe pergunta, à noite: “Conrado, tem entrado no site da UFJF, pra ver se saiu alguma coisa?”. Respondo: “Tenho não, mas vou olhar”.

Reviravolta: a 5ª colocada havia desistido, dando lugar a um novo convocado: Eu!

Confesso que não olharia, não fosse a ajudinha da minha mãe, e a conhecida providência divina.

A matrícula devia ser feita na quarta feira seguinte, dia 23. Mais do que depressa, entramos em contato com minha procuradora em Juiz de Fora, que já estava com os documentos desde o início do ano.

Agora sim, confirmada a matrícula, posso dizer: ESTOU dentro!

Um comentário:

Anônimo disse...

acompanheii tooodo esse processo né Conrado!! Lembro direitinho da sua desanimaçao p fazer o vestibular .. foi com a certeza de que nao ia passar!! e ta aí agora, pronto p começar uma nova vida em Juiz de Fora :D

sempre acreditei em voce.. sempre soube que vc era capaz :))

agora te desejo muuito sucesso nessa nova etapa da sua vida..

te adoro mto!!